quarta-feira, 20 de maio de 2009

Governo Estadual Paulista e suas gafes na Educação.


O tema deste Blog é Educação Especial, e a Educação como um todo, e esta semana nós professores estaduais Paulista nos deparamos com a notícia da compra de livros com conteúdo adulto pelo governo do estado. Esse livros foram entregues às escolas estaduais para alunos (pasmem) de 9 anos de idade!!!
Como se não bastasse livros de Geografia com mapas errados, livro de exercícios de professor que não corresponde com livro dos alunos o governo Serra agora ainda compra livros com palavrões.
E agora como o governo vai explicar a compra deste material, será que o responsável não sabia, só viu a capa e não leu o conteúdo, ou escolheram aleatoriamente?
A matéria foi publicada na Folha de São Paulo.


"Livros contendo expressões como "chupa rola", "cu" e "chupava ela todinha" foram distribuídos pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo como material de apoio a alunos da terceira série do ensino fundamental (faixa etária de nove anos), segundo reportagem publicada na edição desta terça-feira.
O texto informa que o governo José Serra (PSDB) reconheceu o erro na distribuição dos 1.216 exemplares e determinou o recolhimento das obras. O livro contém 11 histórias em quadrinhos produzidas por Caco Galhardo --também quadrinista da Folha. Uma das histórias mais criticadas por especialistas traz uma caricatura de um programa de mesa-redonda de futebol na TV.Enquanto o comentarista faz perguntas sobre sexo, jogadores e treinadores respondem com clichês de programas esportivos, como "o atleta tem de se adaptar a qualquer posição".
De novo
Esta não é a primeira vez que o setor de educação do governo Serra se equivoca em relação aos livros distribuídos a alunos. Em março deste ano, a pasta de Educação foi duramente criticada por professores da rede estadual por causa de erros em 500 mil livros didáticos distribuídos. Um livro didático de geografia, usado por alunos da 6ª série do ensino fundamental nas escolas públicas, mostrava o Paraguai duas vezes em um mapa da América do Sul e exclui o Equador. O problema aparece tanto nos livros destinados aos estudantes quanto nas publicações destinadas aos professores. À época, a secretaria creditou o problema a editora que o produziu e informou que determinou a troca das publicações com erros.
Outro lado
Em nota, o governo admitiu o erro ao distribuir a publicação e diz que o montante de 1.216 exemplares compõem apenas 0,067% dos 1,79 milhão de exemplares distribuídos aos alunos da rede.
A secretaria informou ainda que a obra é só uma entre as 818 escolhidas."

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Cotas para alunos com deficiências nas universidades públicas.

Folha de São Paulo, 11/05/2009 - São Paulo SP Cota não garante inclusão de aluno deficiente Mesmo nas universidades públicas que reservam vagas, deficientes beneficiados não chegam a 1% do total de matriculados. Congresso debate projeto que impõe cota de 10% das vagas em universidades públicas para esses alunos, mas inclusão é complexa ANTÔNIO GOIS DA SUCURSAL DO RIO

Enquanto o Congresso debate a aprovação de cotas de 10% das vagas em universidades públicas para deficientes, a realidade das que já adotam esse sistema mostra que a inclusão dessa população no ensino superior é mais complexa do que o simples estabelecimento de um percentual em lei. Segundo o Mapa das Ações Afirmativas do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), há 19 instituições públicas de ensino superior -de um total de 249 no país- com algum tipo de ação afirmativa beneficiando deficientes. Na maioria dos casos, são estabelecimentos de pequeno porte. A Folha selecionou quatro instituições de maior porte que já adotam o sistema há, pelo menos, três anos: as universidades estaduais do Rio de Janeiro, de Goiás, do Rio Grande do Sul e a federal do Maranhão. Em todas, o relato foi o mesmo: o percentual de deficientes beneficiados foi sempre inferior a 1% do total das vagas ou matrículas. Mesmo na universidade que há mais tempo reserva vagas para deficientes -e que tem percentual igual ao
que está sendo discutido no Congresso, de 10%-, são poucos os que, na prática, se beneficiaram do sistema. Eles somam apenas 12 na Uergs (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), ou 0,5% do total de 2.410 estudantes. O que a experiência dessas universidades mostra é que o principal filtro não está no vestibular. Na Uergs, por exemplo, apenas 20 deficientes se candidataram a uma das 64 vagas destinadas a eles no último exame, ou seja, havia mais vagas reservadas do que candidatos aptos a elas. A constatação de que a inclusão de deficientes no ensino superior passa antes por um esforço na educação básica é evidenciada também pelo Censo Escolar do MEC (Ministério da Educação). Em 2007, o levantamento identificou apenas 16 mil deficientes no ensino médio, de um total de 8 milhões de estudantes, nesse nível de ensino. A diretora do Departamento de Projetos Especiais e Inovação da Uerj, Hilda Souza, diz que, uma vez que os alunos com alguma deficiência conseguem ingressar na universidade, há um
outro desafio a ser vencido: dar condições para que eles concluam o curso. "A experiência destes anos de adoção da política de cotas em nossa universidade tem nos mostrado que somos capazes de realizar a inclusão social dos alunos pela inclusão acadêmica. Mas é imprescindível que tenhamos uma política de permanência para estes alunos." Para isso, ela conta que a universidade está desenvolvendo um projeto de acompanhamento de cada aluno deficiente, trabalhando diretamente com as unidades acadêmicas a que eles estão vinculados. Evasão - Apesar de a evasão desse grupo na Uerj ser menor do que a média nacional, ela diz que o percentual de concluintes nesse grupo ainda é muito baixo. "Eles evadem menos que a média, mas parece que ficam retidos mais tempo, ou seja, não conseguem integralizar o curso no tempo mínimo permitido", relata a diretora. Ainda que eles sejam poucos, a inclusão de deficientes na universidade exige também adaptações físicas ou de procedimentos.

sábado, 2 de maio de 2009

Artigos relacionados ao tema inclusão e educação especial

Para quem quer pesquisar ou mesmo conhecer um pouco mais sobre inclusão e educação especial estarei postando os links de alguns artigos muito relevantes sobre o assunto.
  • Alunos com deficiência nas escolas regulares: limites de um discurso
Autora: Alessandra Barros
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902005000300008&lng=pt&nrm=iso
  • A inclusão da criança com Síndrome de Down na rede regular de ensino: desafios e possibilidades.
Flávia Mendonça Rosa e LuizI; Paula Saud De BortoliII; Milena Floria-SantosIII; Lucila Castanheira Nascimento
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382008000300011&lng=pt&nrm=iso
  • Interação professor-aluno com autismo no contexto da educação inclusiva: análise do padrão de mediação do professor com base na teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada (Mediated Learning Experience Theory)
Iara Maria de Farias; Renata Veloso de Albuquerque Maranhão; Ana Cristina Barros da Cunha.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382008000300004&lng=pt&nrm=iso
  • Psicologia e inclusão: aspectos subjetivos de um aluno portador de deficiência mental
Claudia Gomes; Fernando Luis Gonzalez Rey.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382008000100005&lng=pt&nrm=iso
  • RELATO DE PESQUISA

    Mudanças nas concepções do professor do ensino fundamental em relação à inclusão após a entrada de alunos com deficiência em sua classe.
Ana Paula Húngaro Monteiro; Eduardo José Manzini
http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6916247883951557486
  • Ingresso, permanência e competência: uma realidade possível para universitários com necessidades educacionais especiais.
Solange Leme Ferreira
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382007000100004&lng=pt&nrm=iso
  • Inclusão escolar do portador de paralisia cerebral: atitudes de professores do ensino fundamental.
Claudia Gomes; Altemir José Gonçalves Barbosa
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382006000100007&lng=pt&nrm=iso
  • Avaliação assistida para crianças com necessidades educacionais especiais: um recurso auxiliar na inclusão escolar.
Sônia Regina Fiorim Enumo
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382005000300003&lng=pt&nrm=iso
  • O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência.
Luciene M. da Silva
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000300004&lng=pt&nrm=iso
  • A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil.
Enicéia Gonçalves Mendes
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000300002&lng=pt&nrm=iso
  • Inclusão escolar de crianças com deficiência múltipla: concepções de pais e professores
Flávia Furtado Silveira; Marisa Maria Brito da Justa Neves
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722006000100010&lng=pt&nrm=iso

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Inclusão e preconceito.




Basta conhecer escolas regulares para saber que existem muitos alunos portadores de necessidades especiais incluídos no ensino regular. A luta diária desses alunos ultrapassa as barreiras arquitetônicas e dos conteúdos, pois muitos professores não aceitam trabalhar com alunos especiais.
Alegando não ter preparo para trabalhar com essa população específica, muitos se esquivam da tarefa de ensinar a todos.
De acordo com a Declaração de Salamanca
• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade
de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,
• toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de
aprendizagem que são únicas,
• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola
regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer a tais necessidades,
• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais
eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para
todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das
crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de
todo o sistema educacional.

E não precisa ir longe, (até Salamanca) para saber que aqui no Brasil a legislação educacional também assegura esse direito. Hoje a inclusão é uma realidade do ponto de vista legal, mas ainda está sendo conquistada as poucos pela sociedade efetivamente.
Enquanto não aceitarmos que alunos com deficiência visual, por exemplo, podem e devem estudar junto com alunos videntes e que isso pode ser construtivo para todos na sala de aula, estaremos agindo com preconceito e não estaremos cumprindo a lei.
Muitos professores desesperam-se no começo do ano letivo quando ficam sabendo que irão trabalhar com alunos especiais. Contudo, com o passar do tempo esses mesmos professores começam a perceber que não existe nenhum bicho de sete cabeças e que a experiência só vem a comprovar a capacidade de ensinar a todos, sem distinções.
A aceitação deve partir primeiramente do professor, pois é ele quem vai conversar com os alunos e os preparar para a sociedade. Se este professor não aceita este aluno em sua sala de aula como vai aceitar que o mesmo possa viver na mesma cidade que ele?
Se um professor não se acha capaz de ensinar um aluno com necessidades especiais, ele também não é capaz de ensinar os outros alunos.